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quarta-feira, agosto 25, 2004

Enfim, a Liberdade!

Há precisamente 60 anos, o General De Gaulle entrou em Paris. Uma Paris envolta em júbilo, prenhe de alegria, embriagada pelo perfume da Liberdade, ansiosa por respirar, uma cidade bem diferente daquela que o infatigável militar abandonara quatro anos antes, quando se confirmava o pior.

Paris caíra sem combater em Julho de 1940. Nas largas avenidas, as tropas alemãs marchavam, desfilavam no seu característico "passo de ganso" diante dos parisienses tristes e irados, de lágrimas nos olhos. Perante todo o Mundo, acontecera o impensável: a poderosa França, a orgulhosa França capitulara, e a sua capital fora declarada "cidade aberta"; para cúmulo, o líder inimigo saboreava a vitória à vista da Torre Eiffel.
Poucos dias depois, já em Londres, De Gaulle chamou a si a raiva do Povo Francês espezinhado, e dirigiu-se a todos aqueles que, do outro lado do Canal, começavam um duro cativeiro na sua própria terra.

Seria o início de um longo período cinzento, marcado pelo colaboracionismo e pela cobardia de Vichy. Mas igualmente de coragem, de abnegação, de sacrifício, de perigo para milhares e milhares de patriotas que sonhavam com a Libertação.

Quatro longos anos se passariam até que os parisienses, e com eles, toda a França, recuperassem o seu orgulho.
O final da ocupação da "cidade das Luzes" foi bem diferente do início: desta vez, a população deu luta, pegou em armas, ergueu barricadas. Farto da opressão, já em polvorosa desde o desembarque na Normandia quase três meses antes, o Povo abriu caminho para a coluna comandada pelo General Leclerc que se aproximava.
Finalmente, a capital era livre. Tal como disse De Gaulle à sua chegada, "Paris ultrajada, Paris prostrada, Paris martirizada, mas Paris libertada".

Dificilmente posso imaginar o ambiente vivido nas ruas de Paris naquele dia 25 de Agosto de 1944.
Só muito a custo poderei tentar meter-me na pele daqueles que, finalmente, podiam sair à rua, entoando livremente o seu Hino antes abafado pelo brutal inimigo, abraçando os seus amigos, expressando o seu contentamento por, finalmente, serem livres e não terem de viver na humilhação e no medo.
Não consigo conceber tamanha alegria; ultrapassa-me a dimensão humana do acontecimento e invejo quem o viveu. Contudo, não é difícil extrair daqui uma lição: a Liberdade deve ser sempre defendida a todo o custo.

Let the sky be always blue...


Feliz Dia da Libertação! Hip, hip, hip... caralho!!!

Exocet